Atacante vs Centroavante: Qual é a Diferença?

Os papéis e responsabilidades no futebol têm se tornado cada vez mais complexos e variados. Não é mais tão simples como antigamente.

Os defensores defendiam, os meio-campistas criavam jogadas e os atacantes faziam gols. Com a evolução do futebol moderno, surgiram novos papéis dentro de cada posição, e certos atributos físicos ou mentais levam os jogadores a posições mais específicas do que nunca.

No que diz respeito aos jogadores de ataque, a diferença entre um atacante e um centroavante é bem pronunciada; o atacante é um finalizador nato, alguém que fica o mais próximo possível do gol adversário. Seu único objetivo é ser a última pessoa a tocar na bola antes que um gol seja marcado.

O centroavante, por sua vez, tem uma função um pouco diferente; sua missão é ser o ponto central de onde as jogadas ofensivas se iniciam.

Os centroavantes podem e também marcam gols, mas em uma formação com dois atacantes, o centroavante recebe a bola e atua para envolver os laterais ou, idealmente, coloca o atacante em uma boa posição para finalização. Vamos explorar mais profundamente essas duas funções.

Papel dos Atacantes

As características físicas de um atacante são velocidade, aceleração e uma visão clínica para o gol; seu papel principal é marcar muitos gols. Espera-se que um atacante seja focado em marcar gols e deseje fazer o máximo possível para sua equipe.

Enquanto um centroavante pode recuar para se oferecer para receber a bola, um atacante prefere permanecer mais perto do goleiro adversário; se um cruzamento ou passe chega na área e o atacante não está presente, isso levanta algumas questões.

A área de seis jardas é o território dos atacantes; cada oportunidade deve ser aproveitada, pois pode ser a última.

Um atacante inteligente utiliza bem o espaço ao seu redor; o movimento constante é fundamental para encontrar espaço e escapar da marcação. Um defensor pode ser puxado de um lado para o outro na área, enquanto o atacante está atento à bola que se aproxima da área de perigo.

Hoje em dia, os atacantes se movem com mais liberdade do que em anos anteriores; com a ampliação do jogo e os defensores recebendo mais apoio de seus companheiros, um atacante pode agora chutar de longe quando necessário.

Esperar no limite da área de seis jardas significa que é pouco provável que você marque; os defensores podem simplesmente sobrecarregar o jogador e tirá-lo do jogo.

Papel dos Centroavantes

Diferentemente do atacante em movimento constante, o centroavante precisa ser uma presença visível; ele é o homem de referência, o foco dos ataques que vão em direção à área. Idealmente, um centroavante é um jogador grande e forte, de preferência com uma atitude agressiva. Sua função é receber passes dos meio-campistas ou laterais e segurar a bola.

Um grande centroavante pode receber um passe na altura do peito, girar com a bola e, ou colocar o atacante em condição de finalizar, ou redistribuir a bola para os laterais antes de se mover para dentro da área. O centroavante faz tudo isso com um defensor em suas costas, que normalmente tentará desestabilizá-lo.

Um centroavante alto e forte é inestimável; não confunda esse papel com falta de finesse; se feito corretamente, essa função permite que a equipe jogue mais recuada, protegendo sua defesa, enquanto o centroavante espera pela bola.

Uma vez que o centroavante recebe e segura a bola, o restante da equipe se une ao ataque.

O Centroavante Criativo

Às vezes, o centroavante pode não ser o maior jogador da equipe; pode haver um centroavante criativo que se aproxima do meio-campo para levar a bola para frente.

Em algumas ocasiões, esse tipo de jogador pode se deslocar para as laterais e, em seguida, voltar ao centro ao receber a bola.

Alguns dos melhores jogadores que já jogaram futebol brilharam nesse papel. Em certos momentos, é um jogador talentoso e criativo, com inteligência para levar a bola à área adversária, possuindo a qualidade necessária para marcar gols do nada.

Dennis Bergkamp, Alessandro Del Piero e Roberto Baggio usaram o papel de centroavante para causar confusão; os defensores odeiam quando um atacante precisa ser acompanhado fora de posição.

Combinando os Dois Papéis

Atualmente, poucas equipes jogam com dois atacantes na linha de frente; a formação 4-2-3-1 está em alta, fazendo com que um único atacante tenha que desempenhar várias funções.

No entanto, quando uma equipe opta por jogar com um atacante e um centroavante, as possibilidades são imensas. Com um centroavante recuado coletando a bola e preparando o atacante rápido e ágil, essa combinação, quando funciona bem, é imbatível.

A combinação de atacante e centroavante foi muito popular nas décadas de 1980 e 1990, com várias equipes bem-sucedidas da época utilizando essa tática com grande eficácia.

Mesmo que o centroavante não consiga fornecer passes em profundidade para o atacante, é fácil passar a bola para os laterais, que podem cruzar com precisão, se juntar ao atacante na área e atacar em conjunto.

Exemplos de Combinações de Centroavante e Atacante

Grandes jogadores sempre conseguem jogar juntos, mas, às vezes, as forças se alinham e a parceria de ataque torna-se realmente letal.

Aqui estão alguns exemplos de duplas de ataque que muitas vezes utilizavam a parceria entre atacante e centroavante para aterrorizar defesas.

Robbie Keane & Dimitar Berbatov – Tottenham Hotspur

Uma combinação excepcional entre a velocidade e o poder de finalização de Robbie Keane com os talentos imprevisíveis de Dimitar Berbatov tornavam o Tottenham uma ameaça mortal.

Berbatov frequentemente recuava para receber a bola de forma mais profunda, ditando o ritmo do jogo; o centroavante então aterrorizaria as defesas ou passaria a bola para o veloz Keane, que finalizaria.

Filippo Inzaghi & Alessandro Del Piero – Juventus

Sir Alex Ferguson certa vez afirmou que Inzaghi nasceu em posição de impedimento, então você pode imaginar qual era o papel do brilhante italiano na Juventus. Com Del Piero se movimentando mais próximo do meio-campo e frequentemente utilizando as laterais para confundir os defensores, Inzaghi se posicionava na área de seis jardas e aguardava.

Raramente o viam correndo, mas ele estava sempre pronto para tocar a bola e finalizá-la antes de ultrapassar a linha do gol; Inzaghi foi um dos melhores atacantes de qualquer geração.

Mesmo em seus últimos anos, jogando pelo AC Milan ao lado do centroavante Andriy Shevchenko, Inzaghi continuou marcando muitos gols, todos dentro da pequena área.

Alan Shearer & Chris Sutton – Blackburn

Um exemplo perfeito de força e poder, os dois atacantes ingleses ajudaram o Blackburn a conquistar o título da Premier League em 1995. Alan Shearer se tornaria o maior artilheiro que a Premier League já viu e ainda detém o recorde de mais gols na competição.

Com Sutton atuando como centroavante, Shearer jogava como atacante e marcava gols com facilidade. Essa parceria era interessante porque ambos eram grandes, fortes e excelentes finalizadores, permitindo a troca rápida de posições. Uma das melhores parcerias que a Premier League já testemunhou.

Conclusão

É muito raro ver uma equipe de elite jogando simultaneamente com um atacante e um centroavante, por isso os exemplos acima são de equipes de épocas passadas.

Os táticas mudam; o que antes estava na moda agora é considerado antiquado, e não é impossível que vejamos um retorno da dupla de ataque no futuro.

Dada a eficácia que essa tática teve no passado e com as defesas dos principais times se tornando ainda mais rígidas, talvez uma equipe encontre dois jogadores que se encaixem bem.

Um centroavante alto e forte jogando ao lado de um finalizador rápido poderia ser exatamente o que os torcedores desejam ver.